Durante vários séculos a maior parte dos terrenos nas regiões do interior de Portugal estava reservada à cultura cerealífera, sobretudo a do trigo e a do centeio. O cultivo do cereal, localmente designado por cultivo do "pão", foi até ao último quartel do séc. XX a principal força da economia destas regiões, sendo igualmente uma das principais fontes de alimento da população. Antes da mecanização dos processos associados ao seu cultivo e produção, o trabalho em torno do cereal exigia anualmente, por parte das comunidades, um grande esforço laboral. As memórias ligadas a estes processos estão ainda bastante enraizadas nas pessoas que se dedicaram ao seu cultivo. Os testemunhos recolhidos assentam sobretudo nessa memória do trabalho mas também nos aspetos relacionados com a evolução do processo de moagem do cereal e a confeção e cozedura do pão.